ERECHIM |
Voz da Diocese – Senhor! Ensina-nos a rezar! |
Rezar é respirar |
Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. A Liturgia deste Domingo, dia dos Idosos e dos Avós, ensina a aprofundar nosso relacionamento com Deus através da oração, que é diálogo confiante, filial e amável, insistente e agradecido com Deus. “Rezar é respirar”. Alguém poderia perguntar: “Por que eu respiro? Porque de outra forma eu morreria. Assim acontece com a oração”. Ela é “o oxigênio que faz a alma respirar” e, por isso, sustenta a fé e a esperança das pessoas. A oração “é a relação viva dos filhos com Deus Pai, Filho e Espírito Santo”.
Prezados irmãos e irmãs. Numa sociedade na qual se aceita como critério primeiro e quase único a eficácia, o rendimento ou a utilidade imediata, a oração fica desvalorizada como algo inútil. Por isso, muitas pessoas, hoje, deixam de lado a oração. Vivem como se Deus não existisse! Muitos abandonaram as práticas de piedade e as fórmulas de oração que alimentaram a fé de seus pais e avós. Reduzimos o tempo dedicado à oração e à reflexão interior. Às vezes excluímos praticamente a oração de nossa vida. No turbilhão de informações que as novas tecnologias apresentam, muitos estão perdendo a capacidade de silêncio interior e não são mais capazes de se encontrar com o fundo do seu ser. São incapazes de uma verdadeira atitude orante diante de Deus! Quase sem perceber, enchemos nossa vida de coisas, atividades e preocupações que, pouco a pouco, vão nos afastando de Deus. Sempre temos algo “mais importante” a fazer, algo mais urgente ou mais útil que participar da celebração na comunidade! Como pôr-nos a orar quando temos tantas coisas para ocupar-nos?
Em meio a essa sociedade, que prima pela eficácia, pelo rendimento, pelos resultados, Jesus ensina a termos uma absoluta confiança em Deus. Seus discípulos seguidores foram convidados a confiar em Deus como o próprio Jesus confiava: “Eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá” (v.9-10). Sua confiança no Pai era absoluta: “pedi”; “buscai”; “batei”! Por isso, nestes tempos complexos, precisamos aprender de Jesus, homem de oração confiante.
Caríssimos irmãos e irmãs. O Evangelho deste domingo (Lc 11,1-13) inicia relatando que Jesus “estava rezando num certo lugar” (Lc 11,1a). Seu testemunho de oração motivou os discípulos a aprenderem também a rezar. A partir da prática orante de Jesus eles foram iniciados numa verdadeira vida de oração, a ponto de pedirem: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11,1b). Sobre isto, o Papa Francisco dizia: “É fundamental que os filhos vejam de maneira concreta que, para os seus pais, a oração é realmente importante. Por isso, os momentos de oração em família e as expressões da piedade popular podem ter mais força evangelizadora do que todas as catequeses e todos os discursos” (AL 288).
Antes de falar sobre oração, com o Pai Nosso, Jesus apresentou um modelo de oração. Assim, os discípulos foram aprendendo a rezar acolhendo como próprias as palavras que Jesus rezou. Esta oração é um dos melhores presentes que Jesus nos deixou. É a oração por excelência, na qual se encerra toda a vida de Jesus. Nela descobrimos “os desejos mais íntimos de Jesus e suas aspirações mais profundas”.
Jesus respondeu aos seus discípulos: “Quando rezardes, dizei: 1) Pai, santificado seja o teu nome. 2) Venha o teu Reino. 3) Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos; 4) e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; 5) e não nos deixes cair em tentação” (v.2-4). Tratam-se de cinco pedidos: os dois primeiros nos remetem a Deus; os três últimos conduzem à transformação das relações entre as pessoas, referindo-se, portanto, à vida em comunidade. Ambas as partes constituem a mesma e única oração de Jesus.
Assim, a oração do Pai Nosso faz-nos abrir os dois olhos da fé: um que se ergue para o alto, para Deus, onde contemplamos sua luz; o outro se volta para a terra, onde nos deparamos com os dramas humanos. O Pai Nosso revela “o segredo de Jesus comunicado aos Apóstolos”. Por isso, não se pode rezá-lo de qualquer jeito, mas com o coração inteiramente aberto a Deus e aos irmãos e irmãs.
Caríssimos! Neste dia em que celebramos o dia dos idosos e dos avós, quero manifestar, recordando também a festa de São Joaquim e Santa Ana, nossa gratidão pelo trabalho e dedicação dos nossos idosos e avós, que nos deixaram um legado de fé e esperança. Nossa oração e compromisso de cuidados com a vida em todos os seus momentos, da concepção ao seu fim natural.
Deus abençoe a todos e bom domingo.
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